Como você costuma se sentir após perder em uma sequência de trade? Ou então perder mais do que o planejado em um trade específico? Pela minha experiência, certamente há uma mistura de emoções, não é mesmo? Sentimos nervosismo, falta de confiança, urgência em buscar o resultado etc.
Quando nos levamos pelo emocional, são dois os caminhos que tendemos a seguir. O primeiro seria aumentar o número de operações, não porque o Mercado esteja dando mais oportunidades, mas sim por conta da ansiedade de recuperar o financeiro perdido. São situações onde começamos a caçar operações e a fazer trades sem sentido (isto é, sem lógica operacional alguma). O objetivo deixa de ser operar bem e passa a ser simplesmente recuperar aquilo que você perdeu. Com essa mentalidade, a única certeza é de que você estará cavando a própria cova com uma pá maior.
Na minha concepção, a resposta ideal para essa situação seria questionar a qualidade da operação, de modo a se colocar novamente em um estado de neutralidade com o Mercado. Por exemplo: se você não estivesse perdendo, você realizaria uma entrada nessa condição e a este preço? Pode parecer óbvio, mas é esse tipo de indagação que te faz recuperar a consciência e voltar a operar corretamente.
O segundo problema que o trader enfrenta quando se encontra diante de uma série perdedora nada mais é do que uma consequência do primeiro: passar a querer do Mercado. A principal característica dessa situação é o ato de pendurar lotes na tela de forma aleatória, sem nenhum critério objetivo. Sempre digo que o trading é mais reativo do que ativo. Não há a nada de errado em operar pendurando ordens, desde que essa atitude seja uma consequência daquilo que o Mercado mostrou, e não do que você gostaria que ele fizesse.
Foque no que você faz de melhor
O grande erro que percebo nos traders que se encontram nessas situações, os quais eu mesmo já cometi, é o de ficar inventando operação. Fazer operações que normalmente eles não fariam só vai piorar as coisas.
Quando nos encontramos em uma situação difícil, a melhor atitude é avaliar os danos e colocar em pauta apenas aquilo que funciona a nosso favor. Assim sendo, temos de focar apenas nos nossos cenários condicionais mais assertivos e esquecer qualquer outro tipo de operação.
Eu sei que pode soar estranho continuar aplicando aquilo que, no dia, não vem dando resultado, mas no trading é assim: aquilo que te faz perder hoje é o que te mantém vivo amanhã.
Manter sua lógica, manter aquilo que te faz consistente é o que dará segurança para seguir em frente, porque um dia de Mercado não apaga todo um histórico de resultados já construído. Ao invés de mudar de estratégia, você deve é ser mais seletivo na hora de clicar, pois o que o Mercado está mostrando é que, naquele dia específico, seus parâmetros de entrada exigirão mais relativização. Por exemplo: você opera inversão de fluxo. Isso quer dizer que, depois de um tempo lendo a tela, você sabe que quantidade de lotes negociada na ponta contrária tem força para interromper um movimento contínuo. Isso é um indicativo de entrada de parceiro. Mas em um dia de mercado direcional, será preciso que negociem um lote maior que o habitual, caso contrário não haverá impacto no preço. É esse tipo de relativização que você deve fazer.
Avalie se sua estratégia tem uma relação de causa e efeito com o preço
Já disse isso em outra oportunidade e novamente trago este assunto à tona: uma estratégia só será duradoura se tiver causalidade com o deslocamento de preço.
Por isso, é fundamental que sua estratégia esteja pautada em variáveis que realmente impactem o preço. Caso contrário, você correrá o risco de estar operando fora da realidade do mercado.
Quanto maior o grau de causalidade de sua estratégia, maior será a sua confiança. Conforme você for acumulando horas de tela, você será capaz de medir a força do movimento em cima do que essas variáveis mostrarem, o que lhe dará segurança para alongar o trade, ou mesmo entrar com um lote um pouco maior que o habitual.
Então é isso aí… espero que tenha gostado do artigo!
Grande Abraço e Atitude Vencedora,
André Antunes