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ArtigosIntermediárioO que os Grandes Participantes (Big Players) olham no mercado?

O que os Grandes Participantes (Big Players) olham no mercado?

Sempre defendo que o principal pilar do Tape Reading está em reconhecer a diferença de tamanho entre os participantes do mercado e focar naqueles players cuja atuação no mercado é capaz de impactar o preço, levando-o a novos patamares. Quando um desses caras grandes atua no mercado, todos os demais participantes tendem a prestar atenção nos seus movimentos e reagir ao impacto que eles provocam, seja para especular o deslocamento de preço que eles causam, ou então rever a sua própria estratégia de alocação, mas agora em cima desse novo evento que o mercado apresenta.

Se nós, pessoas físicas, temos plena convicção do impacto que um grande player provoca no mercado, é óbvio que este mesmo participante tem plena noção do que sua atuação pode causar. Com a entrada dos HFTs no jogo, esses big players passaram a se preocupar cada vez mais em otimizar a execução de suas ordens, fracionando os lotes executados no mercado, de modo que sua atuação passe despercebida durante a montagem de sua posição.

Essa preocupação é justificada pela escassez de liquidez do mercado. O potencial financeiro da posição desses players é tão grande que na maioria das vezes eles não encontram contraparte oferecendo toda a liquidez que necessitam em um único nível de preço. Por isso, eles aceitam negociar em mais de um nível de preço, levando o mercado a novos patamares. 

Contudo, essa dificuldade em encontrar liquidez acaba encarecendo o preço médio da posição, justamente pela necessidade de aceitar pagar mais caro ou de vender mais barato. E como os demais participantes não são bobos e notam a mudança de patamar no preço de negociação, surge então a possibilidade de especular em cima dessa montagem de posição, o que por sua vez intensifica a disputa por liquidez no mercado, encarecendo ainda mais a atuação do grande player.

Enfim, esses são os desafios encontrados pelos big players e que os levou a estudar, investir e encontrar novos métodos de execução de ordens, de modo a chamar o mínimo de atenção possível. 

O que os Big Players olham no mercado

Em abril de 2019, participei de dois eventos em Chicago para ficar por dentro das novas soluções criadas para amenizar as dificuldades de entradas por estes grandes players e também entender quais as variáveis de análise que levam esses participantes a atuarem intensamente no mercado.

Nesse sentido, assim como ocorreu no final de 2018 no evento de Paris, acabei recebendo mais confirmações do que novidades. O primeiro fato que me chamou a atenção foi que, em razão de a maioria desses grandes players alocar a maior parte do seu capital vislumbrando cenários de médio e longo prazo, a sua principal preocupação é o gerenciamento de risco das distorções de cenário no curto prazo. Confesso que essa constatação me surpreendeu e a faço apoiado no fato de que a maior parte das palestras que eu e minha equipe assistimos teve como foco principal o gerenciamento de risco, e não o retorno obtido com as alocações de capital.

E se pararmos para pensar friamente, isso faz total sentido. Pense comigo: qual a principal fonte de informação de um gestor de Fundo ou tesoureiro de Banco? Os fundamentos macroeconômicos. É por isso que essas instituições possuem setores de pesquisa trabalhando 24 horas na coleta de dados que indiquem o comportamento dessas premissas.

Entretanto, esses números e projeções são potencialmente expostos ao fator humano. Ex: uma decisão errada da equipe econômica, como baixar os juros sem lastro em poupança, muda a trajetória inflacionária para um viés altista e isso altera também toda a estratégia de investimento de um grande player, que terá que fazer uma realocação do capital.

É claro que esse cenário tende a ser corrigido no médio/longo prazo, mas é notório que ele provocará uma distorção no curto prazo. E como se não bastasse, a realocação de capital, justamente pelo enorme potencial financeiro, cairá nas dificuldades de escassez de liquidez que expliquei no tópico anterior, encarecendo ainda mais o realinhamento da posição que esse grande player fará. É aí que aparece a grande novidade que mais impressionou a mim e a minha equipe.

Se não é possível resolver o problema, vamos abraçá-lo

Os grandes players sabem que é impossível evitar o seu impacto no mercado ou mesmo impedir o rastreamento de sua atuação. Ora, se você não consegue eliminar um problema, como deve lidar com ele? A resposta está em transformá-lo em oportunidade.

Raciocine: se você sabe que vai impactar o mercado, se você sabe que vai deslocar preço e outros players lucrarão em cima dessa movimentação, por que não lucrar junto?

Otimizar as ordens e esconder os lotes faz sentido para a maior parte da posição, mas é certo que a partir de um momento, a escassez de liquidez e a necessidade de consumir lotes em mais de um nível de preço será notada pelos demais participantes, o que abrirá a possibilidade de formação de parcerias e especular esse momento específico. É a partir daí que ele intensificará a execução de suar ordens. 

E o que ele observa para balizar a intensificação de sua atuação? O fluxo de ordens, a taxa de agressão e impacto que os demais participantes estão apresentando. Todo grande player sabe que pode impactar o mercado, mas também tem a consciência de que não fará isso sozinho. O mercado se movimenta em razão do coletivo. Se ele nota que há outros players atuando em conjunto, ele aumenta essa intensificação para especular. Se ele vê que está sozinho, ele trabalha o tamanho da ordem, otimizando a execução de acordo com a sua urgência (quanto mais urgente, mais ele agredirá o mercado. Quanto menos urgente, mais ele poderá trabalhar a ordem e barganhar preço).

A principal ferramenta que nos foi apresentada e que mostra essa atenção que os grandes players estão dando ao fluxo de ordens está no desenvolvimento de um algoritmo que mede a sensibilidade que o mercado apresentou em cima da divulgação de uma notícia. Esse algo mede a intensidade de atuação dos players e o impacto no deslocamento de preço a partir do consumo de liquidez no mercado, que são parâmetros obtidos através da análise do fluxo de ordens. Dependendo da força de atuação que o mercado apresentou em cima de um dado econômico, eles vão descobrindo quais os fundamentos de maior peso no radar da tese de investimento desses grandes investidores.

O fator humano é a imprevisibilidade do mercado, responsável pelas distorções de curto prazo. Na teoria, é só seguir a interpretação dos fundamentos que o mercado tende a se mover de acordo com o que eles sinalizam. Mas na prática, o curto prazo sofre influência da ação humana, alterando as projeções de prazos maiores por conta de eventos inesperados (mais recentemente, podemos citar o rompimento da barragem de Brumadinho, que impactou severamente a cotação da VALE3). Como não dá para prever o resultado da ação humana, esses grandes players focam o gerenciamento de risco de sua posição e a otimização de execução das suas ordens, para criar um lastro financeiro, uma margem de segurança que lhes permita especular e lucrar em cima das distorções que estes eventos provocam no curto prazo (não dá para saber quando o imprevisível ocorrerá, então eles se cercam de medidas para evitar grandes estragos e ainda lucrar alguma coisa, rentabilizando as três pontas: o curto, o médio e o longo prazo).

Bem, espero que tenha gostado deste artigo e que o conteúdo dele abra sua mente para uma nova visão.

Grande Abraço e Atitude Vencedora,
André Antunes



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