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ArtigosAvançadoTape Reading: Quem são os Geradores de Fluxo de Ordens?

Tape Reading: Quem são os Geradores de Fluxo de Ordens?

Você deve estar ansioso para saber quais são os geradores de fluxo de ordens finais para o mercado, não é?

No artigo anterior falei de correlação e causalidade e também te mostrei que nos mercados, a maior parte das variáveis que você (muito provavelmente) usa não possui relação de causalidade com o preço.

Está lembrado que cruzamento de médias não causa o preço? Espero que sim, rs.

Se por algum motivo não leu o artigo anterior, por favor, leia porque você vai perder um conteúdo essencial: Causalidade: mais uma barreira para a consistência.

Então, vamos lá. Os geradores de fluxo de ordem real são:

  • Avaliação pessoal dos “fundamentos”: cenário macroeconômico e/ou do ativo (valuation);
  • Publicação de notícias/informações/triggers capazes de influenciar a avaliação do cenário/ativo;
  • Intervenção (direta ou indiretamente no mercado) de governo, órgãos ou empresas;
  • Informação privilegiada;
  • Obrigação/necessidade/stop;
  • Atuação dos demais players price makers.

Calma… eu sei que ainda não ficou claro. Vamos por partes.

Primeiro de tudo!

Aqui estou falando de EVENTOS que geram fluxo de ordem real, capazes de consumir toda a liquidez em vários níveis de preço.

Não confunda eventos geradores de fluxo de ordens com conceitos ou estilos operacionais.

Os 15 conceitos ou estilos operacionais (se ainda não leu, por favor, clique aqui e descubra quais são os 15 estilos operacionais) também geram fluxo de ordens.

Cada conceito ou estilo operacional tem potencial diferente de gerar fluxo de ordens e depende de diversos fatores. Mas entenda que não estou falando da forma ou estilo com que você vai operar. Estou falando de fatos concretos capazes de gerar ordens relevantes.

Vamos discutir um pouco de cada tópico: 

Avaliação pessoal dos “fundamentos”: cenário macroeconômico e/ou do ativo (valuation)

Talvez você ainda não tenha se dado conta disso, mas no longo prazo os preços refletem os fundamentos. Fundamento não é um preço exato para o dólar, ou para determinada ação. Fundamento quer dizer que existe uma lógica por detrás do raciocínio.

Vamos pegar um exemplo no mercado de ações. Imagine uma empresa que esta há um bom tempo com fluxo de caixa estável e que esteja devidamente bem precificada em termos de fundamentos (através de valuation). Bem precificada não significa que as ações não vão oscilar, mas sim que não há grande chance de upside ou downside sem que haja alguma alteração nos fluxos de caixa futuros (ou na expectativa dos fluxos). Se, por algum, motivo essa empresa descobre uma nova tecnologia ou fecha um novo contrato, ou ganha Market Share ou qualquer outra coisa que impacte positivamente o fluxo de caixa futuro, concorda que ela deveria valer mais? Claro que sim né? Acontece que o mercado não espera o fato virar concreto para começar a “apostar”. Se há alguma expectativa de que os fluxos de caixa futuros irão mudar, os agentes price makers já começam a ajustar suas posições para tentar capturar tal variação de preços. Isso gera fluxo de ordem real.

Agora vou dar um exemplo no caso do dólar que é um derivativo cambial. No final das contas, o que determina teoricamente o preço do real/dólar é oferta e demanda. Se pudermos resumir os maiores determinantes do preço do dólar seriam a entrada e saída de dólares no país contabilizados pelo balança de pagamentos. Bom, sabe porque o real está se desvalorizando há algum tempo? Bom, os principais motivos são: deterioração dos termos de troca, o que significa que o valor dos artigos que exportamos esta perdendo para o valor dos artigos que importamos. Termo de troca é a relação entre preços exportados e preços de importados. Quando essa relação piora, concorda que é de se esperar que menos dólares entrem no país? (não necessariamente no montante absoluto, mas no relativo).

Outro ponto crucial esta sendo a redução dos estímulos por parte do FED. Desde 2008 o Fed vem injetando dólares na economia (através de compra de títulos) e esse dinheiro foi para o mundo emergente atrás de rentabilidade. No presente momento o Fed vem reduzindo essas compras, o que traduz em redução imediata de entrada de dólares nos emergentes (em alguns períodos chega haver saída efetiva de dólares).

E preste atenção nisso. Além dos players que efetivamente param de trazer dólares para o Brasil (reduzindo a demanda por reais) há os players que identificam essa expectativa e posem posições na compra para tentar se aproveitar desse fluxo. No caso do dólar além das “apostas” o fundamento faz fluxo de ordens real acontecer efetivamente, pois os players têm que comprar e vender dólares (não necessariamente no mercado futuro) para entrar e sair do país. 

Publicação de notícias/informações/triggers capazes de influenciar a avaliação do cenário/ativo

Esse segundo gerador de fluxo de ordens real, nada mais é do que qualquer evento que venha a alterar a expectativa quanto ao fundamento. Vamos começar com notícias: Notícias são separadas em 3 grandes grupos, sendo que o primeiro é chamado de Breaking News (sem horário para sair), o segundo é chamado de Indicadores Econômicos (com horários para sair) e o terceiro envolve qualquer opinião parcial de repórteres e pessoas ligadas. São coisas bem diferentes uma da outra e inclusive vou escrever um artigo sobre isso.

Vamos a um exemplo ligado ao day trading. Eu costumo focar bastante nos horários de publicação de indicadores econômicos. Eles podem e muitas vezes alteram a avaliação de cenário por parte dos price makers sobre os fundamentos e naturalmente geram fluxo de ordens. Um exemplo disso é a publicação do Payroll (variação na folha de pagamentos dos EUA). Esse relatório é um dos maiores termômetros indicativos do grau de intensidade da economia norte-americana. Atualmente qualquer sinal de que a economia americana se recupera bem, gera expectativa nos agentes de que o FED vai continuar reduzindo os estímulos. A redução dos estímulos se traduz diretamente em menos dinheiro circulando no mundo, principalmente no mundo emergente dada a situação desses países. Isso impacta negativamente na nossa moeda, ora por saída de dólares ora por menos entrada e muitas vezes se traduz em queda na bolsa, por aversão retirada de dinheiro que está no risco.

E sei que isso é antagônico ao que você acha na internet, em fóruns etc. Estes meios repelem operações logo no instante da publicação dos indicadores.

Nós fazemos justamente o oposto. É justo nessas horas que existe fluxo de ordem real no mercado. É nessas horas que pode ter dinheiro disponível.

 

Intervenção direta ou indiretado governo, órgãos ou empresas

Bom, nesse terceiro motivador de fluxo de ordem eu vou ser bem sincero que é mais comum em derivativos do que em ações. Você até pode dizer, mas o que o governo esta fazendo com a Petrobras não é interferência? Sim, é sim. Mas para efeito de queda das ações deve haver um player com lote suficiente para vender e consumir a liquidez da compra em vários níveis de preço. O governo esta destruindo a margem da empresa e os agentes vendem ações por expectativa de fluxos de caixa menores. O governo não está vendendo ações. Quem vende são os players baseados em fundamentos. Pense nisso.

Os exemplos de intervenções indiretas mais fáceis de exemplificar são Intervenções no dólar via swap (normal ou reverso) e via recompra de títulos no mercado de juros. Daria muito trabalho explicar tais atuações aqui. Só quis exemplificar que uma intervenção, pode independente do fundamento, gerar fluxo de ordens reais suficientes para deslocar o preço por um momento.

 

Informação privilegiada

Bom aqui nem tem muito que falar né. Informação privilegiada existe, sempre existiu e acredito que sempre vai existir. É ilegal claro, mas existe.

A informação privilegia pode ser sobre algo que não altere de forma significativa o fundamento ou em alguns casos, pode alterar de forma significativa os fundamentos. Uma informação privilegiada sobre o final do ciclo de aperto monetário no Brasil, por exemplo, deve impactar o futuro de forma muito mais relevante que outras informações.

Agora, nem sempre tudo é informação privilegiada. Conheço certas pessoas que trabalham numa das maiores tesourarias de banco do país. Os tesoureiros costumam conversar com os ministros e outros fazedores de política. O fato de conversarem não significa que irá haver informação privilegiada. Muitas vezes a arte dessas pessoas bem relacionadas é entender como esses fazedores de política pensam. Entendendo como pensam fica mais fácil de tomar algum partido sobre suas reações e atitudes futuras.

De qualquer forma, players têm acesso diferenciado à informação e isso gera fluxo real.

 

Obrigação/necessidade/stop

Pouca gente para pensar nisso. Já parou para pensar o que ocorre quando alguém pede um resgate grande de um fundo? O gestor é obrigado a pagar o resgate. Muita vezes existe dinheiro no caixa do fundo, mas em determinados momentos não há. Nesse caso o gestor é obrigado a se desfazer de posições, não por acreditar que estão errada, mas sim para fazer frente a um saque.

“Ah André, mas esse exemplo só acontece em crise!” Sim é fato, mas é apenas para entender que existem certas ocasiões em que price maker são OBRIGADOS a gerar fluxo de ordens.

Um exemplo sensacional é o rebalanceamento da carteira do MSCI (índice global de ações do JP Morgan). São vários bilhões de dólares aplicados em diversas ações, respeitando as mesmas proporções da carteira do MSCI. Quando a proporção da carteira muda (e muda com frequência) é de se esperar que vários players ajustem suas carteiras para fazer frente a nova ponderação. Esse ajuste gera um fluxo de ordens real excelente, pois são milhões de reais que terão que ser comprados ou vendidos de cada ação.

Quem disse que price maker não stopa? Brincadeiras a parte, mas não é raro haver stops de posições grandes de price makers que simplesmente deram errado. Lembre-se a história não esta escrita e por melhor que alguém seja é impossível antever 100% das vezes a trajetória futura dos preços.

Obviamente um stop de um price maker não é igual um stop nosso, até porque o prazo operacional desses players costuma ser mais longo. De toda forma, quando alguém com lote grande stopa acaba gerando um fluxo de ordens real no mercado. Para alguém grande sair da posição será necessário consumir a liquidez de vários níveis de preço até que o lote todo seja preenchido.

 

Atuação dos demais players price makers.

E por último, mas não menos importante vem a atuação dos demais players price makers. Esse é bem subjetivo e mais difícil de reconhecer com Tape Reading, mas acontece. Em várias situações um player price maker só decide fazer alguma coisa (comprar, vender, stopar etc) porque percebeu outros players fazendo algo no mercado.

Para finalizar o artigo eu gostaria de deixar uma mensagem para você. Às vezes pode parecer difícil de entender esses conceitos ou de replicá-los, mas acredite que é só pensando dessa forma que você ficará cada vez mais alinhado ao que faz o mercado realmente “tickar” (trocar de preço).

Por mais que pareça distante da sua realidade hoje, o mais importante é dar o primeiro passo. E o primeiro passo você já deu. Se você chegou até aqui, se você leu tudo isso é porque está interessado e comprometido com seu sucesso.

Minha dica é: fuja dos atalhos, da simplicidade de replicar setups. Foque em aprender o que o mercado realmente é. Foque em aprender e entender quais são os geradores de fluxo de ordem real nos ativos que opera.

Então é isso aí… espero que tenha gostado do artigo!

Grande Abraço e Atitude Vencedora,
André Antunes

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