Em razão de a maioria dos leitores de fluxo de ordens optar pelo operacional de scalping, costumo receber muitas perguntas se há ou não para outros estilos operacionais no Tape Reading.
É claro que a maior parte das premissas do Tape Reading está mais alinhada às operações de scalping e de giro curto, pois o princípio fundamental desse estilo operacional é aproveitar o momentum e não deixar o mercado vir contra a sua posição. Diferentemente do que muitas pessoas pensam, scalping não é sinônimo de operações curtas. Na verdade, é um estilo operacional que busca reduzir ao máximo o número de vezes em que o trader fica passivo no mercado, reagindo de imediato aos desdobramentos que o mercado apresenta.
Graças ao avanço da tecnologia, conseguimos compilar e quantificar o histórico das variáveis do fluxo de ordens e essa sistemática possibilitou a aplicação dos princípios do Tape Reading também a outros estilos operacionais. Por isso, sem sombra de dúvidas, afirmo que hoje é possível sim operar outros ativos e estilos operacionais em conjunto com o scalping.
As demais espécies de ineficiências de mercado
Atualmente, além do scalping, atuamos no mercado em razão de outros 4 (quatro) tipos de ineficiências, cada uma delas baseada em uma janela operacional própria. Isso quer dizer que eu continuo fazendo scalping, mas meu leque de oportunidades aumentou e agora consigo até mesmo alongar alguns trades. Vejamos:
- Trade Location: operacional que consiste em identificar regiões de grande briga no mercado e através da análise da agressão, definir nossa forma de atuação.
- Front Running player: se baseia na percepção de uma forte atuação direcional de um ou mais players, a qual nos permite abrir uma posição em cima do rastro por ele(s) deixado(s).
- Trades para Segurar: são trades bem longos baseados no saldo do acumulado da agressão, isto é, no acumulado de toda estrutura direcional que o mercado apresentou no dia.
- Ineficiências de microestrutura: operacional baseado em ineficiências geradas pelas próprias regras de negociação do mercado.
Pela grande variedade de estilos, fica provado o quanto o aprendizado do Tape Reading agrega em termos de qualidade no operacional do trader. Ainda que sua fonte principal de informação não seja a análise de fluxo de ordens, acrescentar variáveis que tenham causalidade com o preço certamente elevará a taxa de assertividade, bem como a confiança de suas operações.
Mas o grande insight que quero demonstrar com este artigo é outro!
Scalping não é sinônimo de Tape Reading
O scalping é puramente uma janela operacional onde o trader fica pouco tempo exposto no mercado, independente do método que ele estiver usando (além do Tape Reading, é totalmente possível fazer scalping utilizando price action ou análise gráfica).
Tape Reading é algo muito mais amplo. É uma forma de ler o mercado, com o objetivo de identificar o perfil de atuação dos players e o seu impacto no preço (oferta/demanda), de modo a aproveitar as ineficiências por eles deixadas, que poderão ser de segundos ou mesmo de dias (no caso de um trade para segurar).
Contudo, por mais que o leque de opções seja grande, é fundamental que o trader se proponha a entender a essência por trás do Tape Reading, já que além da parte operacional, a análise de fluxo de ordens proporciona o conhecimento de microestrutura de mercado e do funcionamento das regras de negociação (quem são os players, como eles atuam, de que forma uma ordem pode ser enviada ao mercado, qual o seu impacto no preço etc.).
A falta desse conhecimento de base é o que acaba impedindo o trader de construir uma carreira de longo prazo no mercado. Focar apenas em estratégia pode até trazer sucesso no curto prazo, mas jamais o colocará no patamar de um profissional de mercado.
Como já disse em outras oportunidades, aprender o jogo é mais importante do que ganhar dinheiro. O financeiro é apenas consequência.
Então é isso aí… espero que tenha gostado do artigo!
Grande Abraço e Atitude Vencedora,
André Antunes